Os acionistas minoritários da Tractebel Energia aprovaram, ontem, em assembleia geral, a compra da participação da GDF Suez na usina hidrelétrica de Estreito. O grupo GDF Suez, que detém 68,7% do capital total da Tractebel, se absteve de votar, seguindo assim a determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que em decisão recente entendeu que o grupo franco belga não poderia votar neste tema pelo claro conflito de interesses na operação. O negócio vai custar R$ 604 milhões e incorporar mais de 400 megawatts de energia ao portfólio da geradora Tractebel.
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Minoritários aprovam compra da usina de Estreito pela Tractebel
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outubro 16, 2010Ações da Tractebel reagem na Bovespa
As ações da Tractebel reagiram bem nesta sexta-feira à decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que dá mais poderes aos minoritários da empresa , considerando que isso deve servir também de referência para casos semelhantes no mercado. A autarquia determinou que o controlador da empresa, a francesa GDF Suez Energy Latin America, não pode votar contratos do mesmo grupo que forem para assembléia. A posição favorece os minoritários numa controvérsia sobre o modelo de transferência da fatia da Suez na hidrelétrica Estreito para a Tractebel.
A operação foi muito criticada pelo mercado, que entendeu que a controladora estava vendendo o ativo para sua controlada por um preço muito acima do mercado. Segundo um analista do setor, que preferiu não ser identificado, o preço de R$ 604 milhões representaria um prêmio de R$ 280 milhões. Os papéis da companhia de energia fecharam em alta de 2,13%, ante uma valorização de 0,19% do Ibovespa.
Governança
“A decisão da CVM estabelece uma prática muito mais saudável do ponto de vista de governança. É uma mudança de paradigma que vai balizar o mercado”, afirma o analista. A ex-diretora da CVM e atual professora de direito societário da PUC-RJ, Norma Parente, afirma que a decisão traz mais proteção aos minoritários e mais segurança para o mercado como um todo.
No último dia 30, a Tractebel já havia tomado medidas em favor dos minoritários e as ações da companhia, que vinham sofrendo nos últimos meses, começaram a reagir. Em linhas gerais, a empresa reforçou práticas de governança, especialmente com a criação de um comitê independente para avaliar as transações de compra de ativos da acionista controladora GDF Suez. O objetivo era evitar que a Tractebel fosse prejudicada comprando ativos da GDF Suez acima do valor de mercado.
A decisão da CVM, feita no dia 9 de setembro, mas só divulgada agora, se somou a esses avanços. “Foi um complemento. As ações já estavam subindo desde o início do mês e hoje subiram ainda mais”, diz o analista.
Conflito de interesse
No julgamento, a CVM entendeu que há conflito de interesse em situações em que o controlador está operando na compra e na venda. Com isso, afirmou que, em operações deste tipo, o controlador não pode votar na assembléia em que o contrato for levado à aprovação de acionistas. O negócio ainda precisa ser aprovado em assembléia marcada para a próxima terça-feira.
Antes da decisão da CVM a aprovação era dada como certa. Agora, dependerá dos minoritários. “As consequências são imprevisíveis. O controlador pode ter que negociar. No pior dos mundos, o negócio não sai, mas isso não seria bom nem para a própria Tractebel”, afirma o analista.
Jirau
A mesma regra também altera o cenário favoravelmente para os minoritários em relação à usina de Jirau. Metade do projeto, nas mãos da GDF Suez, está programada para passar para a Tractebel até 2012. Agora, segundo especialistas, os acionistas minoritários terão mais segurança de que pagarão um preço justo pelo ativo. A decisão da CVM, que muda uma posição histórica do órgão, servirá para todo o mercado.
Norma Parente elogiou os votos bem fundamentados da cúpula da autarquia e afirmou que a CVM deveria transformar a decisão em parecer de orientação, já que, sem isso, a regra poderia mudar caso haja uma nova mudança de diretoria. A especialista lembra que isso já aconteceu no passado. Uma decisão na mesma linha foi tomada no ano de 2000, mas após uma mudança do colegiado acabou não se perpetuando. “Tivemos nove anos de lacuna desta interpretação. Um parecer de orientação evitaria essa insegurança jurídica”, afirmou.(AE)
Fonte: http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=86324
UHE Estreito tem 85% do seu cronograma físico concluído
setembro 24, 2010As obras de implantação da Usina Hidrelétrica Estreito, localizada entre os estados do Maranhão e Tocantins, avançam em ritmo acelerado e já contam com mais de 85% do cronograma físico concluído. Cerca de 10 mil homens trabalham para que a primeira unidade geradora comece a funcionar no início do próximo ano. Ao todo, a Usina de Estreito terá oito unidades geradoras, com 1.087 megawatts de potência instalada.
Para se ter ideia, dos cerca de um milhão de metros cúbicos de concreto a serem utilizados até o final da obra, suficientes para a construção de 12 estádios do porte do Maracanã, restam apenas 60 mil metros cúbicos a serem lançados. Na estrutura do vertedouro, localizada no lado tocantinense do canteiro de obras, as últimas das 14 comportas estão sendo montadas. Já a barragem de terra, que ligará as estruturas do vertedouro e casa de força, deve ser concluída no final deste mês de setembro.
Na casa de força, estrutura localizada no lado maranhense do canteiro de obras e que abrigará as oito unidades geradoras de energia, segue a fase de montagem das demais turbinas, sendo aguardada para o mês de outubro, a descida do rotor do gerador da primeira unidade geradora, que é a última grande peça a ser instalada antes da geração de energia desta unidade.
De acordo com o Gerente Geral de Obras do Consórcio Estreito Energia – Ceste, Adalberto Rodrigues, está entre os próximos desafios, a montagem das comportas, localizadas na casa de força e na tomada d’água, estrutura por onde a água do reservatório entra para movimentar as turbinas. “Assim como as comportas do vertedouro, que estão quase totalmente montadas, na casa de força e na tomada d’água, também concentramos esforços para que tudo esteja pronto dentro do prazo previsto”, assegura. As comportas da casa de força e tomada d’água servem para a vedação das unidades geradoras, possibilitando a manutenção das máquinas.
Todas essas estruturas da Usina Hidrelétrica Estreito estão na reta final para dar início ao próximo marco do empreendimento: o enchimento do reservatório, no Rio Tocantins, que deve começar assim que a licença de operação for emitida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.
Com investimentos na ordem de R$ 3,6 bilhões, a UHE Estreito é uma dos maiores projetos de geração de energia elétrica em construção no país e uma das obras prioritárias do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, do Governo Federal.
Saiba mais:
Depois que a UHE Estreito entrar em operação, a água do reservatório, ainda a ser formado, será conduzida pela tomada d’água até a casa de força, onde estarão instaladas as turbinas. A rotação das turbinas transformará a força do movimento da água em energia mecânica. Esta rotação será transmitida para os geradores, que transformarão a energia mecânica em energia elétrica.
Após passar pelas turbinas, a água será devolvida ao leito natural do rio. A energia produzida nos geradores será direcionada para a subestação localizada dentro do canteiro de obras da usina, que será transmitida por cerca de 140 km de linhas de transmissão até a subestação de Imperatriz. De lá, a energia produzida na Usina de Estreito será distribuída aos consumidores por meio do Sistema Interligado Nacional.